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Fundação Cultural

20/11/2015 - Dia da Consciência Negra tem programação especial em Uberaba

Marcha, exposição, apresentações culturais e homenagens marcam o Dia da Consciência Negra comemorado no dia 20 de novembro. A data escolhida é alusiva à data da morte de Zumbi dos Palmares, líder da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial e representa, no plano simbólico, a herança histórica da população negra no processo de libertação e de luta por direitos violados.

As comemorações são realizadas pela Prefeitura de Uberaba, através da Fundação Cultural e outras secretarias, em parceira com coletivos negros.

Nesta sexta, acontece programação especial, a partir das 9h, com concentração para a Marcha da Consciência Negra – Uberaba contra o Racismo, na avenida Presidente Vargas, que seguirá para a praça Nossa Senhora da Abadia, com a participação do Terno de Moçambique Zumbi dos Palmares. A chegada está prevista para o meio-dia, quando será celebrada Missa Afro na Paróquia da Abadia, com a participação do Coral Afro.

Após a missa, às 13h, acontece encontro cultural, no Salão Paroquial Nossa Senhora da Abadia, com apresentações em alusão à data. A abertura musical será com o cantor Reginaldo Silva, o Peixinho, em voz e violão interpretando músicas de interpretes e compositores negros da MPB.

Em seguida acontecerão várias apresentações: grupo Meninos da Batukada – Casa de São Benedito, sob a coordenação do professor Fernando Rodrigues;  Maculelê – Luta e dança com bastão e facão, pelo grupo Raízes do Brasil, sob a coordenação do Professor Gleiçon Marques; Erley Diamante Negro em voz, violão e teclado interpretando músicas temáticas de compositores negros da MPB; grupo Tambor de Mina faz apresentação afro religiosa do Maranhão, com apresentação de Grupo de Folclore Casa São Benedito, sob coordenação da Mãe Ana Lúcia Pereira e João Neves dos Santos.

Na sequência será feito lançamento do livro Diário de Birita e Cinderela Negra, sob coordenação do professor e historiador Carlos e apresentação do Coral Cidade de Uberaba da Fundação Cultural, cantando músicas de Carolina Maria de Jesus, sob regência da professora Marly Gonçalves. Já o ator Milo Sabino interpreta poemas de Carolina de Jesus.

Logo após, continuarão as apresentações musicais, com o músico, instrumentista, cantor e compositor Marcelo Taynara, que cantará músicas temáticas alusivas à data, em voz e violão.

Na programação também haverá espaço para homenagens. Serão homenageadas Dona Ana, Dona Maria, a jornalista Elvia Moraes, Mãe Bia e a professora e advogada Sandra Helena, que receberão a Medalha Carolina Maria de Jesus e Diploma de Honra ao Mérito.

Seguem as apresentações com Jongo – manifestação cultural afro pelo grupo Raízes do Brasil, sob a coordenação do professor Gleiçon Marquese a cantora Paula Karine, canta músicas de compositores afro brasileiros, em voz e violão.

O encerramento das celebrações está previsto para o fim da tarde com Bumba meu Boi, por Trancilim Dr. São João – manifestação cultural afro do Maranhão e apresentação do grupo de folclore Casa de São Benedito, sob a coordenação de Mãe Ana Lúcia Pereira e João Alves dos Santos.

Vale lembrar que a programação iniciou no dia 10, com a abertura das exposições "Mulher coragem e Força: Carolina Maria de Jesus" e "Varal de Corpos - Inclusão", da Ruth Gobbo. As exposições seguem até dia 27 de novembro.

 

A data – Comemorado há mais de 30 anos por ativistas do movimento negro, a data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional. Contudo, somente a Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Em Uberaba a lei municipal foi aprovada em 2008, por iniciativa da ex-vereadora Marilda Ribeiro.

A luta pela liberdade de negros e negras, iniciada por Zumbi dos Palmares, ícone da resistência negra ao trabalho escravo, jamais cessou. Decapitado em 20 de novembro de 1695, Zumbi tornou-se símbolo do combate ao preconceito. 

 O Censo de 2010 do IBGE aponta que pretos e pardos representam 50,7% da população brasileira. Pesquisa divulgada pelo Ministério da Justiça em outubro/2015 diz que em 2013 esse grupo representou 72% das vítimas de homicídio no país. Entre brancos e amarelos o índice foi de 26%.

Apesar de nos últimos vinte anos as desigualdades sociais e econômicas terem sido significativamente reduzidas por meio de políticas públicas e de ações afirmativas, as diferenças ainda são abissais. Negras e negros são os que têm menor grau de escolaridade, menos acesso à saúde, menor presença em cargos públicos e universidades, média salarial inferior, expectativa de vida menor. Por outro lado, são as maiores vítimas de assassinatos, os que representam a maior taxa de desemprego e os que mais lotam as prisões. Essas conclusões estão em relatório da ONU deste ano, mostrando que o racismo é uma questão institucional e estruturante no país.

O Dia da Consciência Negra é oportunidade para reaprendermos a história e a cultura negras; momento de repensarmos atitudes de uma sociedade que não aceita a população negra, exceto em situações de subordinação. A superação das ideias ultrajantes de uma organização social que alimenta estereótipos, definidos em um passado que tenta determinar o presente, é condição fundamental da democracia alicerçada na igualdade de direitos.

 
 
 

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