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Fundação Cultural

13/05/2013 - Fundação Cultural comemora o 13 de maio com desfile de congos e moçambique

Neste 13 de maio comemora-se a Abolição da Escravatura e a Prefeitura de Uberaba por meio do Departamento de Cultura Afro da Fundação Cultural programou desfile de Congos e Moçambique para celebrar a data. Os ternos de congadas começam a chegar na Unidade de Assistência ao Idoso (UAI) a partir das 8h para prestarem homenagem com seus cânticos, danças e orações ao rei congo e rainha ginga, ancestralidades africanas.

Às 10h, o fitão com toda a corte saí pela avenida Leopoldina de Oliveira,  cantando e  relembrando a história do negro no Brasil, seguindo para a igreja Santa Teresinha, onde acontecerão saudações ao busto da princesa Isabel. No local, haverá a apresentação da banda do 4° BPM, tocando o Hino Nacional. Logo após será feita reverências aos congadeiros, moçambiqueiros e autoridades com atos de manifesto e discussão de políticas públicas à raça negra. Em seguida será celebrada missa afro, em louvor a alma dos cativos, e apresentações dos ternos de congada e a confraternização nos quartéis.

Para encerrar as comemorações, a noite acontece o baile de coroação dos festeiros de 2014 com a banda “Samba K” de Uberlândia, no salão de eventos da UAI. O diretor do Departamento de Cultura e Assuntos Afro da Fundação, Ubiracy Galvão Borges, o mestre Café, lembra que os negros foram trazidos da África, nos porões dos navios negreiros, e que muitos deles morriam durante a viagem devido às péssimas condições. Após o desembarque eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana, “prática considerada normal do ponto de vista da maioria, embora tivessem os abolicionistas, que lutavam contra estes abusos. Eram grupo formado por literatos, religiosos, políticos e pessoas do povo”, diz mestre Café.

Ele observa que os abolicionistas criaram um forte movimento contra a escravidão, com protestos, reuniões para planejamentos estratégicos, mobilização e sensibilização da população. “No interior das fazendas os negros também se rebelaram com fugas, batalhas utilizando o próprio corpo, dando origem a luta hoje denominada capoeira e a formação de quilombos, dentre eles, o Quilombo de Palmares, que resistiu por cem anos tendo como líder maioral Zumbi dos Palmares. Contudo, a escravidão ainda permaneceu por quase 300 anos e o principal fator que a manteve por este longo período foi o econômico. A economia do país contava somente com o trabalho escravo para realizar as tarefas da roça e outras tantas. As providências para a libertação dos escravos foram sendo tomadas lentamente”, conta o diretor.

Ele destaca que a partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros. No Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que permitiu a utilização de um número menor de escravos. Já nas principais cidades, era grande o desejo do surgimento de indústrias estrangeiras. Visando não causar prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado pela Inglaterra, foi cedendo aos poucos à tendência abolicionista.

“O primeiro passo foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre em 28 de setembro de 1871, tornando livres os filhos de escravos que nascessem a partir da promulgação da lei. Em 1885, foi aprovada a Lei dos Sexagenários que libertava os negros de mais de 65 anos. Enfim, em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, a liberdade total finalmente foi alcançada pelos negros. Esta lei, assinada pela princesa Isabel, abolia de vez a escravidão no Brasil e mesmo sabendo que isso não significa a verdadeira liberdade o negro festeja a data neste dia”, explica mestre Café.

Ainda segundo ele, o negro festeja o 13 de maio porque sabe que o Brasil de hoje é resultado da sua existência e colaboração em todos os sentidos, “e que sabe que é dono da pátria porque construiu cada pilar que a sustenta. Criou uma nova identidade, miscigenada, rica em cultura e valoriza cada gota de suor de seu ancestral, porque respeita suas crenças e mesmo que essas sofram transformações jamais deixará que sejam extintas ou apagadas pelo tempo”.

 
 
 

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