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Arquivo Público

16/02/2017 - Arquivo Público comemora os 197 anos de Uberaba

O Arquivo Público de Uberaba ligado a Secretaria de Governo já está realizando ações em comemoração ao 197º aniversário da cidade. Os historiadores da instituição promoveram no início da semana, palestras sobre a história do município, a 270 alunos da Escola Estadual Felício de Paiva. Essa ação será realizada em diversas outras escolas da cidade, até o dia 17 de fevereiro.


Outra ação a ser promovida pela superintendência será, uma exposição de fotografias e projetos arquitetônicos, na sede do Arquivo Público de Uberaba, na praça da Mogiana. A exposição será inaugurada no dia 20 deste mês e estará aberta até o dia 03 de março. O público poderá fazer visitas das 9h às 17h. Além disso, o Arquivo Público será parceiro dos eventos promovidos pelos demais órgãos da Prefeitura de Uberaba, em comemoração ao aniversário da cidade.


O arquivo ainda está dando divulgação em um texto inédito sobre o inventário do Major Eustáquio da Silva e Oliveira, que é um trabalho fruto de pesquisa dos historiadores da instituição. O texto também deverá ser trabalhado junto ao Ensino Fundamental, nas Escolas Municipais, por meio da Secretaria de Educação.


Segue abaixo o texto na integra, conforme a grafia da época:


UBERABA – 197 ANOS

O Arquivo Público de Uberaba/Secretaria de Governo, em comemoração ao 197º aniversário da cidade, além de outras atividades está publicando algumas curiosidades referentes à pesquisa extraída do inventário do Major Antonio Eustaquio* da Silva e Oliveira, sob a guarda e preservação da instituição. Esse trabalho foi realizado pelos historiadores da instituição.


Citamos a seguir alguns fragmentos do inventário desse personagem Major Antonio Eustaquio da Silva e Oliveira: O próprio Major foi quem redigiu e registrou o seu testamento no ano de 1827, entre outras vontades, declara no qual declara Vigário Silva como seu testamenteiro principal. Em 1832, após a sua morte, teve início o processo de inventário de seus bens, concluído em 1845.


Segundo alguns historiadores, o Sargento Mor Antonio Eustaquio da Silva e Oliveira nasceu em 1769 e faleceu no ano de 1832. Chegou a Uberaba por volta de 1811/1812. Foi casado com Ana Angelica de Jesus e não tiveram filhos. Nos autos do inventário constam dois filhos naturais reconhecidos pelo Major, Francisca da Silva e Oliveira e Valariano Antonio de Mascarenhas.


Antonio inicia o seu testamento fazendo encomenda de sua alma: (...) “a Santíssima Trindade que a criou (..) e a todos os santos e santas da corte do céu”. (...)E assim (...) “espero salvar a minha alma pelos merecimentos da paixão e morte de nosso senhor Jesus cristo” (...).


Também ordena que sejam rezadas seiscentas missas em intenção de sua alma, das pessoas com as quais fez negócios, para seus falecidos pais e pelas almas do purgatório que mais tiverem necessidade


Destaca-se em seu inventário a Chácara Boa Vista onde atualmente se localiza a EPAMIG. Nesse local viveu com sua esposa e lá também recebia seus parentes, amigos e negociantes. Além da sua residência, nela havia engenho, moinho, monjolo, curral murado de pedra, moenda para o fabrico de rapadura, aguardente, açúcar e tenda de ferreiro. Do plantel de 31 escravos pertencentes ao Major, 16 escravos muitos com habilidades profissionais como oficial de ferreiro, carpinteiro, moravam e executavam as diversas tarefas da Chácara Boa Vista.


Em seu testamento libertou alguns escravos sob determinadas condições: “Deixo ao meu escravo Manoel Ferreiro, forro, com a obrigação que há de fazer de graça obras que minha mulher precisar e os meus herdeiros poderão obrigá-lo e deixo-lhe a tenda com todos os seus preparos para o meu afilhado João da Silva para trabalharem juntos, e o Manoel será obrigado a fazer todas as obras da igreja de São Sebastião, caso a farão em sua vida”. (Inventário de Major Eustáquio. p.8v.)


Dos objetos da casa de Antonio Eustaquio e Ana, chamaram nossa atenção: 16 catres (camas), um aparelho de café de chicaras douradas e uma grande quantidade de talheres de prata, (coisa rara e cara para a época.)


Em seu guarda roupa, destacavam-se uma farda, dragonas douradas, coletes de seda, setim e fustão; calças de brim e chapéus. Tudo da melhor qualidade.


Boa parte deste vestuário era mandado buscar no Rio de Janeiro, capital do Brasil, naquela época. Possuía também uma espada (fiel e bala real) e uma arma de fogo “fulminante” nova, relógio de ouro, arreios de prata, uma palmatória, uma balança de pesar ouro, além de dois livros de legislação da Independência.


Major Eustaquio em seu testamento deixou doações em dinheiro para vinte órfãos ou filhas de família pobres e mais 50 mil réis para a construção de uma cadeia na cidade.


Todos seus bens foram avaliados em 31:873#000 (trinta e um contos e oitocentos e setenta e três mil réis): uma fortuna.
 
Jorn. Natália Melo
Comunicação PMU

 
 
 

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